Transição...

É, faz muito tempo que não escrevo no blog. Culpa do total desânimo que tomou conta de mim nos útlimos tempos. 2009 foi um ano péssimo e deixou uma cicatriz enorme. O bom é que o tempo ameniza todas as dores. Resolvi fazer de 2010 um ano diferente. Tentar coisas diferentes no meio do meu cotidiano alucinado. Aceitar que crescer dói e implica ter em que fazer escolhas, assumir posições, lidar com pessoas. Eu tinha planejado um 2010 bem diferente, mas o final de 2009 me mostrou que não importa o quanto eu me esforce God dá nozes a quem não tem dentes (já dizia a minha amiga Má). É hora de seguir em frente e deixar os antigos planos de lado. Eu (ainda) acredito que 2010 guarda ótimas surpresas para mim. OK, não estamos mais em janeiro, mas nunca é tarde para começar o ano, fazer uma transição, passar de uma menina que contava com a palavra dos outros e virar uma mulher que age a seu próprio favor.

Transição (Cecília Meireles)

O amanhecer e o anoitecer
parece deixarem-me intacta.
Mas os meus olhos estão vendo
o que há de mim, de mesma e exata.

Uma tristeza e uma alegria
o meu pensamento entrelaça:
na que estou sendo cada instante,
outra imagem se despedaça.

Este mistério me pertence:
que ninguém de fora repara
nos turvos rostos sucedidos
no tanque da memória clara.

Ninguém distingue a leve sombra
que o autêntico desenho mata.
E para os outros vou ficando
a mesma, continuada e exata.

(Chorai, olhos de mil figuras,
pelas mil figuras passadas,
e pelas mil que vão chegando,
noite e dia...- não consentidas,
mas recebidas e esperadas!)