Tudo junto ao mesmo tempo!

segunda-feira, outubro 29, 2007

Manaus vai deixar saudades...

Hoje me dei conta que Manaus vai deixar saudades. Ainda não me acostumei com o fato de que as coisas mais extraordinárias da vida acontecem sem que a gente queira. Eu não queria vir para cá. Foi tão complicado, tão demorado, que eu tinha perdido a vontade. Cheguei desacreditada e contando os dias para ir embora. Agora, o coração começa a apertar, porque queria ficar mais tempo por aqui. Valeu a pena ter vindo. Um pedaço de mim fica, mas levo outro junto. Dia 02 estou de volta ao meu sul querido, mas confesso que balancei quando o chefão daqui disse: vem fazer doutorado no INPA. O coração volta aquecido. O calor de Manaus derreteu o gelo que tinha se instalado em mim. Volto melhor. Com os dias contados, mas volto.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Quem come jaraqui não sai daqui (um véio deitado de Manaus)

Desculpem a demora em dar notícias, mas a vida aqui em Manaus anda bem agitada. O laboratório é bem legal e o serviço é tranqüilo. Todo o dia faz calor! Quando faz 23˚C o povo daqui fica com frio! Imaginem o baque que não senti quando desembarquei na quarta-feira passada, às 23h, e o termômetro marcava “apenas” 32˚C. É praticamente um outro mundo! A cultura é muito diferente. As pessoas (manauaras) têm cara de índio, tudo caboclo. Quem não tem cara de índio, é playboyzinho e fala com sotaque de Brasília (imaginem um monte de Marcinhos) ou veio de outros estados para colonizar o norte. O INPA fica no meio de uma floresta urbana. Já vi cotia, iguana, ariranha, tartaruga e peixe-boi (tem um tanque só pra eles! Lindos!). Os macacos e as araras ainda não apareceram, mas ainda dá tempo. Já comi tapioca e peixe e tomei suco de graviola, cupuaçu e taperebá. Tomei banho no Rio Negro e vi coisas engraçadas (conto pessoalmente). Saí pra dançar, beber cerveja e entornar tequila com direito a go-go boys. Além de sempre ter alguém no laboratório perguntando: o que você tá fazendo? E eu, toda importante, respondo. Sabe quando a alma fica leve, o coração esperançoso e o rosto com um sorrisão? Pois é, talvez eu precisasse apenas de um pouco de tropicalismo.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Tchau!

Só para avisar que a minha inspiração entrou na bolsa da minha mãe e foi embora pra Porto Alegre.

quinta-feira, outubro 11, 2007

2008

Que moço bem despeitado! Achei que tinha me livrado desse tal 2008, que sem dó nem piedade veio tomar posse de mim. Bateu de novo na porta e foi dizendo de imediato: Abre que hoje eu tenho um mandato! Não tive escolha, deixei o moço entrar. Ele então me informa com a maior boa vontade que chegou a hora de eu decidir. Olho para 2007 e pergunto: Não é cedo? E ele sem jeito responde: Desculpa, não dá mais para adiar. Se esta é a opção que me resta, pergunto pro ano novo: Que tens para mim? 2008 me olha e fala meio intrigado: Ora bolas, aquilo que tu me pediu! Trago notícias de um tal Doutor Ado. Manda dizer que te aguarda, mas tem que preencher a ficha e o tempo é limitado. Nisso, 2007 me pega pela mão e sai correndo, diz que ainda temos tempo. Escuto ao longe o adolescente rebelde gritando: Pode ir que eu te espero!

segunda-feira, outubro 08, 2007

Visitinha rápida

Com licença, rapidinho, que eu vou ali e já volto. No meio de tanto fuso horário, já nem sei onde moro e nem que relógio olho. Achei que fosse voltar à pacata vida de antes, mas de sopetão descubro que para outro rumo parto, literalmente para o meio do mato. São só 18 dias eu penso, logo, logo estou de volta. Nessa hora eu lembro, que já tenho outra viagem marcada, 8 dias depois. O hemisfério norte me espera, manda dizer que tem saudade. Então, arrumarei a mala de novo, pegarei o passaporte na estante, e embarcarei para mais uma aventura. Até breve, meus amores, eu direi! Eu prometo que mando notícias de terras distantes, prometo cravar nossa bandeira e espalhar nossa voz pela fronteira gritando bem alto: livre ainda que por instante!

domingo, outubro 07, 2007

Des Moines


Katharina & Felix

Londres


London Eye

Paris!



Jardim de Luxemburgo.

Setembro

Em Londres, me encantei com os parques, andei de roda gigante, dei informação para turista, tomei chá, apresentei trabalho, tirei foto, gastei a sola do tênis, cruzei um meridiano, fui de trem para Paris. Em Paris, comi baguete, tive torcicolo, entrei em igrejas, fui chamada de superbe, admirei arte, vi escoceses, passeei por jardins, me encantei com a cidade.
Em Des Moines, eu brinquei, li, contei histórias, gastei dinheiro, abracei, beijei, apertei, fiz cosquinhas, aprendi.
Em setembro, eu ri e não chorei. Em setembro, eu fiquei leve. Em setembro, eu tirei férias!

Sensação estranha

Hoje eu acordei com uma sensação estranha. Sabe aquela sensação de que se está esquecendo algo? Passei o dia inteiro tentando lembrar o que era. Cumpri minha rotina diária e aquela sensação persistia. Tentei lembrar o que era, mas não conseguia. Até que alguém bateu na porta. Fui abrir para ver quem era. 2008 nem deu bom-dia, foi entrando sem cerimônia como se de mim já fosse dono e de cara perguntando: E aí, já decidiu o que vai fazer? Nessa hora me lembrei: putz, esqueci 2007! No meio da função mestra, continuei 2006 e esqueci de virar o calendário! Olho pra baixo e vejo aquele ano mais do que passado em mim agarrado. Sacudo e ele não vai embora. Insisto, mas ele resiste. Pergunto pro ano que vai nascer o que faço e ele, com ar de debochado, fala bem engraçado: te vira, coração! Eis que presto atenção e percebo alguém acenando, meio tímido, meio empolgado. É 2007 tentando, ainda que tarde, mas ainda em tempo, de mim fazer parte. Ele chega mais perto e diz com toda a gentileza para o pobre 2006: pode ir que eu cuido dela. De primeira, o ano velho sai e entra para a história. Para o mocinho apressado que chegou sem ser convidado, ele diz de uma vez só: sossega o facho, criatura! E eu mais do que perdida sem 2006 pra continuar nem 2008 pra planejar pergunto: e agora? 2007 responde com a maior paciência: vamos embora que ainda temos tempo. Vou te levar pra longe, pra conhecer o mundo, pra te fazer feliz.

Teias de aranhas, leitores e 2008

Sei que faz tempo que não escrevo aqui, mas a inconstância é algo que persiste em mim. A falta de leitores também é decepcionante para alguém que gosta de atenção (sim, eu ainda sou um ser humano). Mas hoje estou com vontade de escrever. Sem minhas amigas para conversar no msn (eu esqueço que as pessoas têm vida própria em um sábado à noite), sem sono e sem saco para fazer o que tenho que fazer, resolvi liberar minha veia artística ( sim, eu tenho uma, manifestada na forma escrita).

Como faço para arrancar das entranhas
As teias de aranha que ali estão?
Como faço para me perder num abraço
E encontrar no espaço uma imensidão?

Como faço se quando me encontro, me perco
Se quando me lembro, me esqueço
Se quando penso, enlouqueço?

Como faço se tudo que eu vejo é cinza
Ainda que em ser azul o mundo insista?
Como faço para trilhar o caminho
Que o destino sozinho escolheu para mim?

Como faço quando eu não sei a resposta
Quando o futuro é uma aposta
E o passado enrosca?